O grupo de voluntários “Desbravus”, carinhosamente também chamados de desbravadores, nasceu de forma simples e quase despretensiosa, mas carregando uma força que transformaria não apenas o bosque, mas também o coração da comunidade.

Tudo começou quando o pároco Pe. Luciano José Toller precisou reunir alguns homens para realizar pequenas podas e limpezas no terreno ao lado da igreja matriz, em 2023.

O que seria apenas um mutirão pontual acabou despertando algo maior: o desejo coletivo de revitalizar um espaço que estava abandonado, tomado por entulhos e insegurança, e dar a ele um novo significado.

Com o tempo, esses encontros se tornaram frequentes. Em 2024, tornaram-se frequentes, passando a acontecer nas manhãs de sábado, em um ritmo quase litúrgico.

O grupo ganhou corpo, chegando a reunir cerca de 35 homens que, movidos por fé e amizade, deslocavam terra, plantavam, instalavam drenagens, construíam caminhos e erguiam as estruturas do bosque. Mais do que força física, eles trouxeram criatividade, sugestões e um profundo senso de pertencimento — cada detalhe do bosque carrega um pouco das mãos e do coração desses voluntários.

O nome “Desbravus” surgiu de maneira significativa: ele remete à ação de desbravar, mas também carrega o simbolismo de negar a “braveza”, ou seja, de domar o que é áspero para tornar o ambiente acolhedor. Para muitos, participar do grupo tornou-se uma experiência espiritual marcante, pois não se tratava apenas de levantar paredes ou abrir trilhas, mas de viver o evangelho na prática, por meio do serviço, da fraternidade e do compromisso com algo que ultrapassa o interesse individual.

Hoje, os Desbravus são reconhecidos não só como os construtores do bosque, mas também como guardiões dele. O grupo já se organizou com presidência e começa a estruturar seu estatuto, garantindo que essa obra comunitária continue viva, sendo cuidada e ampliada pelas próximas gerações. Assim, o bosque não é apenas um monumento de fé, mas também o testemunho concreto de um povo que se uniu para transformar um lugar e, junto com ele, transformar a si mesmo.